Roubaste meu chão,
Fez-me cair num abismo imaginário.
Conseguiste, sobriamente, então
Tornar-me mais solitário.
Regresso pelas migalhas que joguei,
Caso quisesse ao lar voltar.
Vejo apenas os vestígios que deixei,
Percebo que não irás me resgatar.
Porque fizeste isto?
Por egoísmo, satisfaçao?
Queria eu enxugar olhos secos;
Doce (grande) ilusão.
Vagarei nas ruas de outono,
Tais folhas secas arranjaram abrigo.
Dor que não cessa, imensurável,
Para meu coraçao és inimigo.
Esperarei pelo calor da manhã,
Noites árduas perderam-se no tempo.
Minha essência não foi esquecida,
Somente abalada pelo sofrimento.
Pouco há do meu alento,
Só restou-me uma amarga mordida.