Corres contra o vento,
Desaceleras o sofrimento.
Talvez amenize a dor,
Talvez alimente o rancor.
Só não digas que nada mais importa,
Ainda há esperanças na tua volta.
E de tanto amor, triste se fez.
Quieto, por sua vez,
Em suas magoas se afundou.
Naufrágio interno,
Sem âncoras, sem mar.
'Ah, quem me deras ficar
E desfrutar do aconchego do inverno.'
Noite fez-se dia,
Nada muda, constante monotonia.
A espera criou cor,
Magenta escura, sofredor.
O conflito se inicia no final da tua derrota.
Eis que tu te entregastes,
Tens tua alma vagando sozinha agora.
E aquele amor, digno desta passagem?
Simplesmente foi-se embora.