É engraçado se apaixonar. E se torna uma característica
cômica estar apaixonado. Todo mundo sabe como é se apaixonar – claro, só sabe
quem se apaixonou – e todo mundo sabe como é alguém apaixonado.
Curioso se faz pela insanidade da coisa. Que sensação é essa
esquisita – e os apaixonados gostam – quando veem o seu elemento X te ligando?
Não há cabimentos em normalidades alguém sorrir porque lembrou de um sorriso
apaixonante. Não é coerente sentir saudade de alguém que acabou de te falar ‘tchau’.
E muito menos é plausível imaginar cenas
futuras com alguém que acabou de te dar as mãos.
Todo mundo já esteve não apaixonado. E sabe muito bem como é diferente. Paixão tem roteiro pronto. Dias, meses, anos. Ou melhora ou
acaba. E você volta ao seu estado normal.
Quando se está diante de alguém
apaixonado só se tem vontade de rir. Rir dos suspiros, do assunto que sempre
cai no mesmo alguém, no entusiasmo por uma mensagem de bom dia – o bom dia de
uma amiga não faz um sorriso mostrando nem 1/3 dos seus dentes, mas o do ser
amado... Mas existe o momento noia. E é mais engraçado ainda. “Será que ele(a)
pensa em mim? Será que devo ligar? Não,
mandarei apenas uma mensagem. Poxa, ainda não respondeu, vai ver não
recebeu. Ai, caramba, ele(a) não respondeu, o que eu faço?” E a angústia domina.
Esse é o momento clássico em que se liga para o(a) amigo(a) mais
próximo. Ele(a), por sua vez, conterá o riso da sua babaquice. Aconselhará a
ficar tranquilo(a), o elemento X vai ligar. Ou não, mas então ele (a) não era o
elemento X ideal pra você... E aí o X liga. E o coração acelera, as mãos
transpiram, tudo volta a ser pateticamente apaixonado como antes. E você ri de novo.
Mas há um momento épico: VOCÊ se apaixona. Primeiro
pensamento? FODEU. Segundo? Sério, fodeu. E aí você liga pro amigo(a)
anteriormente apaixonado(a).
Há dois caminhos: ele(a) ainda estar apaixonado(a) – e tudo ser um
mar de rosas – ou ele(a) não estar mais apaixonado(a), e rir de você porque você
está fodido(a) – excessões são aqueles(as) que ainda assim acham lindo. Gays.
Você já esteve apaixonado(a) antes, você sabe como é o
protocolo. “Deixa rolar, o que tiver que ser, será”. NÃAAAAO! Até lá você já infartou de ansiedade. Surgiu um novo mundo e você se sente uma criança
perdida. Tenta tirar coisas boas das ultimas experiências e pensa em fazer tudo
ao contrário do que aconteceu. Afinal, se tivesse sido bom, não teria tido
fim. Ele, apaixonado, resolve ligar.
Ela, apaixonada, entra em pânico e demora pra atender. Ele, não querendo
incomodar, deixa chamar 3 vezes. Ela, estérica, ainda vai estar gritando ‘ai
meu Deus, ai meu Deus, ele tá me ligando!’ e não atende. E aí há todo um
processo até que algum deles tenha coragem de fazer algo.
Eis que a coragem surge, conversam. Conversam muito. Hoje, e
depois, e depois, e depois. A coragem surgem de novo; o primeiro encontro.
Aaaah, o primeiro encontro. Pra ele, garantir o segundo encontro. Pra ela,
roupa perfeita. Sapato perfeito. Maquiagem perfeita. Cabelo perfeito. Unha perfeita.
E sempre tem uma meia fina para puxar fio com o salto alto.
Ocorre tudo bem, voltam ao estado de conversa intensa. E
elogios, indiretas fofinhas, diretas fofinhas, tudo fofinho. E depois que os
encontros semanais se tornam essenciais, a porra está ficando séria. A família
já comenta, os amigos comentam, até o facebook sugere o elemento X como mais
que amigos. Ele é lindo, ela é linda, tudo é lindo. E aí começa o estágio
de intimidade.
Na boa? Intimidade é uma merda. Mas você não vive sem. É
muito bom ser idiota sozinho em casa, mas é muito melhor descobrir que há
alguém no mundo tão idiota quanto você. Troca de carinhos, charme, beijos e abraços.
E mais carinho, mais charme, mais beijos e abraços.
Chega o dia aleatório mais marcante da sua vida: o pedido de
namoro. Ele ficou algum tempo ensaiando como falar e não gaguejar e conseguir
sorrir e conseguir olhar nos olhos. Ela simplesmente entra em estado de choque.
Coisa rápida, melhor dizer sim antes que ele mude de ideia. E os status do
facebook são atualizados.
Namoro é tudo de bom. Mesmo. E quando ele vem acompanhado de
um sentimento de plenitude, o mundo é todo seu.
A partir daí, se apaixonar não é mais idiota. Não é mais
motivo de piada, não é mais estar fodido. Você descobre que não há coisa melhor
no mundo que estar apaixonado pelo(a) elemento X. Ele(a) é o elemento ideal pra
você.
Não tem mais porque se preocupar com as degraças dos
relacionamentos alheios, porque são alheios, não é o seu. E se ambos querem
fazer dar certo, simplesmente dá certo. É um tipo de magia que não se quebra.
Magia essa que te contamina. Impressionante você olhar para alguém que ama e não ver um brilho. Amor revigora, torna mais bonito. Amor é o elixir
da vida.
E, apesar das paixões anteriores, nada se compara. É
imensurável se sentir bem consigo e com o outro, saber que você pode fazer bem
à alguém. E esse alguém ser o seu elemento X.
Não há dinheiro que pague tamanho conforto de ter um porto - realmente - seguro. De saber que você pode ter o pior dia dos dias vividos, mas
haverá um sorriso e um abraço pra te fazer esquecer de tudo.
Amar é mais que tudo ser sempre mil maravilhas, mas fazer com
que os pesadelos rotineiros se contaminem com a beleza da felicidade. Problemas
todo mundo tem, ainda bem. Caso contrário, não seria tão compensatório
transformar uma lágrima em um sorriso.
Palavras vazias voam, se desfazem. Mas basta ouvir um eu te
amo ou simplesmente lê-lo em um olhar que estas se solidificam. Dizem que não
se vive só de amor, mas também não se vive só.
Acredite, o amor é lindo. E mais lindo ainda é saber que é
recíproco.
Que liiiiiiindo *-* Super me identifiquei !
ResponderExcluir=) que bom que gostou!
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